quarta-feira, 6 de maio de 2009

Mente vazia, bem... Copo cheio. Mente ocupada, copo vazio.

Bom, o registro de hoje é sobre ocupar a mente. Voltei a ler meus livros, comprei alguns novos. Fui ao cinema, tomei um café no shopping, comi um lanche daqueles que você sabe que faz mal, e também estou praticando um esporte. Até me inscrevi para um campeonato. Vamos ver.

Quanto menos tempo tem para achar problemas na vida, ou reclamar de coisas que são maravilhosas, mais tempo se é feliz!

Tive uma conversa com meu compadre, ele quer de todo jeito que eu vá até o AA mesmo, mas antes vai verificar como são os encontros lá. Comentei que estava utilizando a internet, mas não teve jeito, ele disse que eu preciso de calor humano.

Não posso falar que não gosto, se nunca experimentei, certo? Vamos ver como tudo isso vai se resolver. Mas até o momento tudo sobre controle, inclusive indo a um churrasco e com todos na mesa bebendo sua cervejinha e eu só na minha com a minha soda! :-)

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Vergonha, mais uma das etapas

Hoje um casal de amigos telefonou para a esposa, queriam saber como tinha sido a volta para casa após a confraternização.
Eu ouvi a conversa, e juro que só consegui sentir vergonha. Foi estranho, ela comentando que eu havia aceitado a ajuda e que estaria disposto a ir até o AA.

Ainda estou pensando em como vai ser encarar eles após tudo isso. Sinceramente não sei o que vai acontecer e quando, mas mais cedo ou mais tarde irá.

Tive uma boa conversa sobre tudo isso com a esposa novamente, e ela conversou com nossos amigos que bebem também, para que me ajudem. Dessa forma, ficou proibido me oferecerem qualquer tipo de bebida. Parece um tratamento para crianças, mas eu preciso de todo jeito evitar o primeiro gole. E não é por isso que vou parar de conviver com o círculo de amigos, não é?

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Primeira madrugada sem um trago...

Quem lê o título, pode pensar que eu só bebia, mas não era bem assim. Eu bebia se tivesse, se não tivesse, seguia em frente.

Mas quero valorizar cada pequena vitória. Quero registrar tudo, para que nos momentos de fraqueza, eu poder fazer uma retrospectiva do que já passei e isso servir para me animar.

Daqui a pouco sairei com a esposa para caminhar, preciso queimar calorias, eliminar as toxinas do organismo, conversar mais com ela, aproveitar mais o ar da manhã, viver!

terça-feira, 28 de abril de 2009

AA, o primeiro passo

Bem, como imaginei, as coisas não foram tão boas ontem. Meu compadre que estava lá, estranhou muito minha animação exagerada e ficou super preocupado.
Junto com a esposa, conversou com minha esposa e perguntou o que ela achava sobre me convidar para ir até os AA, Alcoólicos Anônimos, com ele e ver o que poderíamos fazer para acabar de vez com esse mal.

O primeiro passo já foi dado: admitimos que temos um problema. E agradeço muito por ter amigos e minha família me apoiando nessa empreitada.

Esse blog continuará anônimo para proteger as pessoas que estarão me ajudando.

Confraternizações podem ser perigosas...

Essa batalha começou cedo, eram 14:50 e eu ainda estava trabalhando, quando em uma boa volta pelo centro, resolvi parar em um bar, e tomar alguns choppes. A idéia era apenas um, para aquela relaxada, aliviar a tensão. Em seguida iria continuar com minhas tarefas e me encontrar com a esposa no lugar combinado.
Como de costume, o que era um chopp se tornou dois, e logo três. O telefone tocou, era a esposa avisando que iria demorar um pouco mais para se encontrar comigo. Ótimo, a desculpa que eu precisava para tomar meu quarto chopp.

Uma coisa que me veio a mente agora, era os comentários que surgiam, quando caminhava de dia pelo centro e via alguém tomando um chopp ou uma cerveja em pleno horário de expediente. O sujeito era tachado de coitado à vagabundo. Nunca me imaginei na situação desse sujeito, mas foi como me senti, vendo as pessoas me verem naquele horário tomando um choppinho.

Não fiquei bêbado, mas confesso que a ansiedade tinha ido embora, e uma pequena euforia começava a se apresentar: as coisas estavam mais simples agora, eu já estava me sentindo rico e faltava alguns passos para ser a pessoa com maior notoriedade do pedaço.

Fiz o certo (após tanto fazer o errado), levantei e fui de encontro com a esposa. Passamos em alguns lugares antes de ir embora, precisava acertar alguns detalhes da empresa.

Cheguei em casa às 18:20, e como havíamos recebido um convite para uma confraternização as 20:00, tinha eu tempo suficiente para tomar algumas taças de vinho enquanto esperava a esposa se arrumar.

Eu já estava ficando fora de controle, os pensamentos vinham a mil, eu já não pensava antes de falar, apenas falava. Saímos sozinhos, resolvemos não levar a filha junto, para sorte dela - afinal, ver o seu pai indo em direção a um estado lastimável não é nada bom.

Chegando na casa do casal de amigos, muitos abraços e cumprimentos e em cima da mesa várias latinhas do que eu jamais esperava encontrar por lá: cerveja (jamais pelo perfil da galera que estaria lá).

A minha esposa já fez cara feia e me deu uma encarada que senti na hora o que deveria fazer. Mas como eu já estava fora do controle, iniciei o novo ritual. Como esse relato é de algo recente, não entenderão o motivo da minha esposa estar tão furiosa comigo agora. Mas esse não é meu primeiro problema com a bebida, e já foram várias promessas de parar, e muito tempo sem tomar, mas a carne é fraca, e aqui estou eu, novamente com esse problema.
De qualquer forma, latinha vai, latinha vem, eu perdi o controle mesmo. Já não falava coisa com coisa, já achava que era o dono do pedaço, tudo girava ao meu redor, pelo menos acho que não falei muita besteira - o próximo encontro com eles dirá.

Acabou a cerveja, e agora? Agora que todos se unem, fazem uma vaquinha e o único cara que não bebeu nada vai lá comprar (e no fim quem se fode é sempre quem não bebeu né?).
Bom, enfim a festa terminou, a galera começou a ir embora, e eu não entendia mais nada, via o povo se cumprimentando, era beijo pra lá e pra ca, e minha esposa com aquele olhar furioso, me aguardando lá fora.

Ao entrar no carro, parecia que uma daquelas discussões de arrebentar estava para ser iniciada. Mas foi quando ela disse: "Não vou falar nada com você nesse estado".
Estava feita a merda toda, estava eu destinado a um grande sermão no dia seguinte, a momentos de pensamentos longos na hora do banho sobre tudo que realmente aconteceu, se magoei alguém, se deixei de fazer algo que deveria, enfim, todo aquele arrependimento batendo em sua cabeça, junto com aquele falso compromisso de nunca mais beber (lógico, agora que já encheu o rabo de cachaça vai querer beber mais o que?).

Arrumei um colchão no chão e por ali fiquei vendo TV e pensando sobre tudo que havia acontecido. Fiquei com vergonha de deitar com ela, e ficar roncando e soltando aquele bafo de pinga na cara dela. Dormi no chão mesmo, e por ali fiquei até cedinho quando ela levantou.

Estamos sem nos falar direito agora, ela saiu para resolver os problemas dela, e eu fiquei aqui pensando sobre tudo isso e registrando no blog. Foi essa a minha primeira batalha perdida dessa guerra que iniciei hoje contra esse vício.

Justificando...

Esse blog foi criado com o intuito de registrar minha luta diária contra o álcool e seus efeitos.
Para muitos, pode parecer frescura, mas tenho apenas 24 anos e já enfrento problemas de saúde, com a família (esposa e filha), e no trabalho, onde meu rendimento está cada vez menor.

Vou tentar, mantendo o anonimato sempre que possível, e mudando nomes e lugares, e as vezes até invertendo a ordem cronológica das coisas, mostrar o quanto o alcool pode ser um problema para famílias que tem tudo para ser feliz.