terça-feira, 28 de abril de 2009

Confraternizações podem ser perigosas...

Essa batalha começou cedo, eram 14:50 e eu ainda estava trabalhando, quando em uma boa volta pelo centro, resolvi parar em um bar, e tomar alguns choppes. A idéia era apenas um, para aquela relaxada, aliviar a tensão. Em seguida iria continuar com minhas tarefas e me encontrar com a esposa no lugar combinado.
Como de costume, o que era um chopp se tornou dois, e logo três. O telefone tocou, era a esposa avisando que iria demorar um pouco mais para se encontrar comigo. Ótimo, a desculpa que eu precisava para tomar meu quarto chopp.

Uma coisa que me veio a mente agora, era os comentários que surgiam, quando caminhava de dia pelo centro e via alguém tomando um chopp ou uma cerveja em pleno horário de expediente. O sujeito era tachado de coitado à vagabundo. Nunca me imaginei na situação desse sujeito, mas foi como me senti, vendo as pessoas me verem naquele horário tomando um choppinho.

Não fiquei bêbado, mas confesso que a ansiedade tinha ido embora, e uma pequena euforia começava a se apresentar: as coisas estavam mais simples agora, eu já estava me sentindo rico e faltava alguns passos para ser a pessoa com maior notoriedade do pedaço.

Fiz o certo (após tanto fazer o errado), levantei e fui de encontro com a esposa. Passamos em alguns lugares antes de ir embora, precisava acertar alguns detalhes da empresa.

Cheguei em casa às 18:20, e como havíamos recebido um convite para uma confraternização as 20:00, tinha eu tempo suficiente para tomar algumas taças de vinho enquanto esperava a esposa se arrumar.

Eu já estava ficando fora de controle, os pensamentos vinham a mil, eu já não pensava antes de falar, apenas falava. Saímos sozinhos, resolvemos não levar a filha junto, para sorte dela - afinal, ver o seu pai indo em direção a um estado lastimável não é nada bom.

Chegando na casa do casal de amigos, muitos abraços e cumprimentos e em cima da mesa várias latinhas do que eu jamais esperava encontrar por lá: cerveja (jamais pelo perfil da galera que estaria lá).

A minha esposa já fez cara feia e me deu uma encarada que senti na hora o que deveria fazer. Mas como eu já estava fora do controle, iniciei o novo ritual. Como esse relato é de algo recente, não entenderão o motivo da minha esposa estar tão furiosa comigo agora. Mas esse não é meu primeiro problema com a bebida, e já foram várias promessas de parar, e muito tempo sem tomar, mas a carne é fraca, e aqui estou eu, novamente com esse problema.
De qualquer forma, latinha vai, latinha vem, eu perdi o controle mesmo. Já não falava coisa com coisa, já achava que era o dono do pedaço, tudo girava ao meu redor, pelo menos acho que não falei muita besteira - o próximo encontro com eles dirá.

Acabou a cerveja, e agora? Agora que todos se unem, fazem uma vaquinha e o único cara que não bebeu nada vai lá comprar (e no fim quem se fode é sempre quem não bebeu né?).
Bom, enfim a festa terminou, a galera começou a ir embora, e eu não entendia mais nada, via o povo se cumprimentando, era beijo pra lá e pra ca, e minha esposa com aquele olhar furioso, me aguardando lá fora.

Ao entrar no carro, parecia que uma daquelas discussões de arrebentar estava para ser iniciada. Mas foi quando ela disse: "Não vou falar nada com você nesse estado".
Estava feita a merda toda, estava eu destinado a um grande sermão no dia seguinte, a momentos de pensamentos longos na hora do banho sobre tudo que realmente aconteceu, se magoei alguém, se deixei de fazer algo que deveria, enfim, todo aquele arrependimento batendo em sua cabeça, junto com aquele falso compromisso de nunca mais beber (lógico, agora que já encheu o rabo de cachaça vai querer beber mais o que?).

Arrumei um colchão no chão e por ali fiquei vendo TV e pensando sobre tudo que havia acontecido. Fiquei com vergonha de deitar com ela, e ficar roncando e soltando aquele bafo de pinga na cara dela. Dormi no chão mesmo, e por ali fiquei até cedinho quando ela levantou.

Estamos sem nos falar direito agora, ela saiu para resolver os problemas dela, e eu fiquei aqui pensando sobre tudo isso e registrando no blog. Foi essa a minha primeira batalha perdida dessa guerra que iniciei hoje contra esse vício.

Um comentário:

  1. Considero que seja essa sua primeira grande vitória. Você está dando um passo gigantesco rumo ao sucesso de sua empreitada. Continue esse seu trabalho. Ele é muito valioso. Parabéns!

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